Queria falar mas não quiseste ouvir.
Gosto de ti.
Adoro o teu sorriso enrolado na tua voz. O teu olhar doce e a
capacidade de alternares entre o lobo e o carneiro conseguindo sempre ter
contigo o melhor de dois mundos.
A tua
doçura faz-me perder a razão e nada é tão terno quanto a tua cabeça no meu
peito a pedir mimo.
Extraio de ti uma felicidade estranha e deliciosa enquanto te sinto
constantemente a criares em mim euforia.
Chorei numa tarde de domingo enroscada no teu colo, não por sofrer por
outra pessoa, mas por ter tomado a consciência de que me apaixonei por ti. Retraí-me
e entristeci nos últimos tempos ... tornei-me mágoa e máquina porque a tua conversa passou a ter um
único tema. Bati com as portas porque a raiva de saber que não a esquecias
toldou-me os sentidos. Teres-me tão cruelmente dito que não gostavas de mim
enraiveceu-me.
Gosto de ti.
Tão certa quanto perdidamente, tu és quem me arrebatou o peito e me
vergou a vontade de não querer ninguém para partilhar a minha vida.
Quero-te. Quero-te muito, pelo teu sorriso de anjo e pelo teu olhar de
demónio, pela inteligência e cultura muito
pouco modestas e pelo coração tão impermeável quanto frágil.
Vim para longe...
Esta viajem não poderia ter um efeito mais útil: longe da vista ficarás
também longe do coração. Tentarei deixar os sentimentos do outro lado do mundo
numa Baía do Pacifico, só para ter a certeza que o mar não os trará de volta.
Apaixonei-me por ti... e queria que soubesses o quanto te desejo.
Mas preciso de esquecer-te pelo
quanto te quero.